segunda-feira, 22 de julho de 2013

CÉSAR MALUCO

O GRANDE CENTROAVANTE CÉSAR 
Determinadas coincidências acompanham a carreira de vários grandes e históricos atacantes do futebol brasileiro. César não foi o primeiro e não será o último a carregar o estigma de “bad boy”.
Não é de hoje que eles existem. Basta lembrar do grande Heleno de Freitas, do polêmico Almir pernambuquinho ou ainda de Serginho Chulapa entre tantos outros.
Através dos tempos os “bad boy’s” sempre fizeram sucesso com a galera, pois conseguem traduzir em palavras, gestos e atitudes, nem sempre exemplares é verdade, o que o torcedor gostaria de fazer se estivesse dentro de campo.
Assim, lembramos do carioca de Niterói, César Augusto da Silva Lemos, nascido em 17 de maio de 1945 e pertencente a uma família de artilheiros (seus irmãos são os ex-atacantes Caio cambalhota e Luisinho Lemos).
Nos primeiros anos da década de sessenta, Cesar jogava pelo juvenil do Canto do Rio F.C da própria cidade de Niterói. Na época, Cesar convivia com um amigo chamado Bandolim, o primeiro a acreditar em seu futebol.
Foi Bandolim que levou Cesar para o C.R Flamengo e o apresentou ao técnico Walter Miráglia. Naquele tempo, Cesar atuava como meia armador e já demonstrava muita qualidade.
Passou a ser convocado para selecionados da categoria juvenil e rapidamente chegou ao elenco profissional, onde mais tarde integrou o grupo que foi campeão carioca de 1965.
Em 1967 o técnico Aimoré Moreira, que dirigia o Palmeiras, indicou sua contratação ao presidente Pascoal Walter Byron Giuliano. O rubro-negro não era muito disposto em abrir mão definitivamente do jogador. Foi uma negociação difícil para os cartolas do Palestra Itália, que a princípio conseguiram sua liberação somente por empréstimo.
Clássico entre Corinthians e Palmeiras no estádio do Morumbi ainda em construção. O goleiro é Marcial, que segura a bola frente ao atacante Cesar. A imagem pertence ao álbum de figurinhas ARTILHEIROS e foi publicada no blog futeboldebotaoantigo.blogspot.com.
Na temporada de 1967, Cesar já atuava como centroavante e foi o principal artilheiro e campeão do torneio Robertão daquele ano. O Palmeiras, satisfeito com o futebol do “maluco” (apelido que carregou consigo durante quase toda a sua carreira), tentava sua contratação em definitivo, mas esbarrava no alto preço fixado pelos cardeais do Flamengo.
Cesar voltou ao Rio de Janeiro por mais sete meses. Sentiu o esquecimento, a falta da fama e da glória que havia conquistado no futebol paulista. Amargou a reserva de Silva.
Finalmente em 23 de julho de 1968, o rubro-negro negociou o passe de Cesar em definitivo com a S.E. Palmeiras pela quantia de 360 mil cruzeiros. Assim, chegava ao fim o ciclo do atacante com a camisa do Flamengo, onde atuou em 58 partidas (32 vitórias, 18 empates, 18 derrotas) e marcou 38 gols (fonte: Almanaque do Flamengo – Clóvis Martins e Roberto Assaf).
Logo nas primeiras temporadas caiu no gosto da torcida. César era brigador e talentoso ao mesmo tempo. Sem o compreensivo entrosamento inicial, chegou a ser colocado a venda e por muito pouco não voltou novamente ao Rio de Janeiro para jogar pelo Botafogo.
Mas essa desconfiança durou pouco. Ao lado do atacante Artime naquela equipe comandada por Filpo Nuñes, Cesar raramente perdia oportunidades de gol. Chutava e cabeceava muito bem, sabia como proteger a bola usando muito bem os braços e o corpo.
Imprevisível… com seu jeito hippie e catimbeiro, uma vasta cabeleira e a capacidade extraordinária de colocar a bola para dentro do gol. Depois, fazia o que mais gostava: correr para o alambrado.
Não dá para esquecer:
- Carregou a bola do jogo para o vestiário quando foi substituído em uma partida contra o Corinthians.
- Perseguiu um gandula na final do campeonato paulista de 1971 contra o São Paulo no Morumbi. Naquele ano, César foi o artilheiro do paulistão com 18 gols.
- A forma de provocar os adversários antes de um clássico.
Em 1972, o atacante ofendeu moralmente o árbitro Renato de Oliveira Braga e foi suspenso do futebol pelo período de nove meses. Seu envolvimento em confusões e polêmicas lhe rendiam suspensões, inclusive internamente.
Aliado a isso, os atrasos constantes em treinos, duramente repreendidos por Oswaldo Brandão, fizeram com que César fosse transformado em um problema dentro do Palmeiras. Seu desgaste junto à diretoria fizeram com que Cesar fosse para o Corinthians em 1975.
Foram 324 partidas pela Sociedade Esportiva Palmeiras, com 170 vitórias, 91 empates e 63 derrotas. Foi o segundo maior artilheiro do Palmeiras com 180 gols. Fonte: Almanaque do Palmeiras – Celso Unzelte e Mário Sérgio Venditti).
Foi outro grande colecionador de títulos dentro da academia. César Maluco conquistou dois Campeonatos Paulistas (1972 e 1974), dois Campeonatos Brasileiros (1972 e 1973), dois torneios Roberto Gomes Pedrosa (1967 e 1969), uma Taça Brasil (1967), dois Troféus Ramón de Carranza (1969 e 1974) além do vice campeonato da Taça Libertadores da América de 1968.
Vibrei quando César chegou ao Parque São Jorge junto com o meia Basílio. Realizou boas partidas naquele período. Porém, apesar da grande identificação da torcida com sua característica guerreira, ele parecia não sentir-se totalmente à vontade!
Nas partidas em que assisti o “maluco” com a camisa do timão, era notória a sua participação apenas como um “profissional”.  Não existia aquele mesmo envolvimento que caracterizou sua grande passagem pelo Palmeiras.
Depois de uma curta estadia na Vila Belmiro, César voltou para o Rio de Janeiro e foi atuar pelo Fluminense. Novamente, não reeditou suas antigas performances como nos tempos da camisa verde. Atuou ainda pelo Botafogo da cidade de Ribeirão Preto/SP, pelo Rio Negro (AM), Universidad Católica, do Chile e finalmente pelo Salonica, da Grécia.
Com a camisa da seleção brasileira, César esteve em algumas oportunidades ainda nos anos sessenta. Convocado para a copa de 1974, não atuou em nenhuma partida durante a campanha na Alemanha.






















Pacaembu 1968, César contra Monteiro Castilho, Brasil x Uruguai.
Pacaembu 1968, gahando um rádio como melhor jogador da patida.


















































































































FONTE DAS IMAGENS E TEXTOS

Revista Placar
Revista Manchete Esportiva
Revista do Esporte
Revista Veja
Esporte.uol.com.br
Gazeta esportiva.net
Topicosestadao.com.br
Jogadoresdopalmeiras.blogspot.com.br
Radioglobo.globo.com
Globoesporte.globo.com, 
Futeboldebotaoantigo.blogspot.com
Site do Milton Neves
Flamengo.com.br
Youtube.
Arquivo pessoal: Ribamar Cavalcante. 
Professor Eudo Robson


Nenhum comentário:

Postar um comentário