segunda-feira, 15 de junho de 2015

CAMPEONATO PAULISTA DE 1973 - SANTOS E PROTUGUESA CAMPEÕES

SANTOS E PORTUGUESA CAMPEÕES DE 1973
Torcedores do Santos FC chegam eufóricos para a decisão. 

O ANO QUE TEVE DOIS CAMPEÕES ESTADUAIS !

A entrada dos times para a grande final. O trio de arbitragem à frente.

Perfilados, Portuguesa e Santos ouvem o hino nacional.
O timaço do Santos posa para os repórteres, era o favorito.
O surpreendente time da Portuguesa com seu astro Enéas.

Nunca tantos torcedores da Portuguesa estiveram no Morumbi.
Armando Marques  chama os capitães para o centro do campo.
Depois de arrancar um heróico empate no tempo normal e na prorrogação, a Portuguesa havia perdido 3 pênaltis e o Santos, após perder o primeiro, converteu os outros 2. Sua senhoria, num erro de cálculo, declarou o Santos vencedor, sem perceber que a Portuguesa poderia empatar a disputa de pênaltis. 
O cumprimento dos dois goleiros da final, Zecão e o argentino Cejas.

Final
                                   Santos 0 x 0 Portuguesa 
Data: 26/08/1973
Local: Estádio Cícero Pompeu de Toledo – Morumbi
Árbitro: Armando Marques
Público Pagante: 116.156Renda: Cr$ 1.502.555,00
SANTOS: Cejas; Zé Carlos, Carlos Alberto, Vicente e Turcão; Clodoaldo, Léo e Jair da Costa  (Brecha); Eusébio, Pelá e Edu. Técnico: Pepe
PORTUGUESA: Zecão; Cardoso, Pescuma, Calegari e Isidoro; Badeco, Basílio e Xaxá; Enéas (Tatá), Cabinho e Wilsinho. Técnico: Oto Glória
Pelé cabeceia a bola para fora diante de Isidoro e Zecão.
 Quem disse que a Portuguesa quis pagar para ver se Pelé perderia a sua penalidade? "Foi erro de direito", gritou o diretor da Lusa, querendo marcar uma nova partida.

 O Santos dava a volta olímpica. O final? Você saberá lendo a matéria do dia 27/08/1973. 

       Publicada na Folha de São Paulo um dia após a final do Campeonato Paulista daquele ano.
Pescuma e Cardoso dominam o ponta esquerda Edu.
Santos e Portuguesa, por decisão de José Ermírio de Moraes Filho "ad referendum" da diretoria da Federação Paulista de Futebol, são os campeões de 1973. 

A decisão surgiu de uma reunião de bastidores entre o presidente da FPF e os presidentes Vasco Faé, do Santos, e Osvaldo Teixeira Duarte, após toda a confusão gerada no Morumbi, por causa de um erro de direito do árbitro Armando Marques.
Pelé perde o domínio da bola diante de Zecão.
 Cabinho chuta a bola diante dos olhares de Léo e Clodoaldo.
O volante Badeco não descolu de Pelé.
 Xaxá e Basílio cercam Pelé.
Cardoso um dos heróis da Lusa.

O juiz Armando Marques(considerado o melhor do Brasil) ...
 ...dá uma dura em Pescuma e Pelé, o pau comeu solto.


Os times no centro do campo, aguardam o início da cobrança de penaltis.
O time da Lusa faz uma corrente antes do início dos penaltis.
Carlos Alberto converte seu pênalti.


  Wilsinho bota para fora seu pênalti, aí começou a comemoração do Santos,...
 
    ...só que a Portuguesa ainda podia empatar, e o árbitro Armando errou declarando o fim das penalidades.  
Alheio a tudo, Pelé saiu como um garoto a comemorar aquele que seria seu último título com a camisa do santos. 
Cejas e Marinho Perez não se contiveram e caíram na comemoração.

A Portuguesa desistiu de entrar com um recurso, pedindo a anulação do jogo; 
o Santos aceitou a sugestão de Ermírio, mesmo sabendo que teria grandes chances de ser campeão isolado; e o presidente da Federação Paulista de Futebol não escondeu a sua satisfação, depois do acordo geral:

"O que decidimos virá em beneficio do próprio futebol paulista".
O jogo terminou sem gols. O Santos dominou a partida, criou excelentes oportunidades de gol --Pelé mandou três bolas na trave-- mas a Portuguesa foi excelente no seu esquema defensivo. Por causa dessa igualdade ao término do tempo normal, houve necessidade de prorrogação de trinta minutos (dois períodos de quinze minutos). Nessa prorrogação, nervosismo e desgaste dos times foram notados
 No final , Oto Glória, depois de recomhecido o erro recebeu sua faixa. A Portuguesa também era campeã paulista de futebol de 1973.
A Portuguesa aproveitou a retração do Santos e equilibrou as ações. Teve uma grande chance, quando Basílio perdeu um gol certo, mas também o Santos desperdiçou uma excelente oportunidade, quando de uma tabela de Pelé Edu (que Calegari desfez). Os gols também não surgiram na prorrogação, sendo necessária a decisão por pênaltis.
O goleiro Cejas recebe sua faixa do técnico Osvaldo Brandão.
Zé Carlos perdeu o primeiro pênalti, que Zecão defendeu. Isidoro perdeu o segundo, que Cejas defendeu. Carlos Alberto fez o primeiro do Santos, a seguir. Calegari falhou na cobrança seguinte. Depois Edu fez o segundo gol do Santos e Wilsinho mandou a bola na trave.
Charge da época, mostrando Armando Marques.
Armando Marques, errando, apontou o Santos como campeão. No entanto, o regulamento determina que cinco devem ser as cobranças para cada equipe e, até então, cada time havia cobrado apenas três penalidades, restando um total de quatro pênaltis, dois para cada time. Como o Santos estava com vantagem de 2 a 0, ainda havia a possibilidade de novo empate, desde que a Portuguesa convertesse os dois pênaltis restantes e desde que o Santos jogasse fora duas oportunidades. Se o empate ao final dessa serie fosse caracterizado, a disputa de titulo prosseguiria, com a cobrança alternada de pênaltis.
 Como Armando Marques resolveu encerrar com a série de cobranças, o Santos passou a comemorar a conquista. Os jogadores choravam e corriam, davam inclusive a volta olímpica. Os jogadores se retiravam aos vestiários, também chorando.
 A confusão foi formada depois, quando Armando Marques, procurado por José Ermírio de Moraes Filho e por Paulo Machado de Carvalho, reconheceu o seu erro. Chegou-se a afirmar que as equipes voltariam ao campo e que as penalidades restantes seriam cobradas. Mas a Portuguesa não concordou com essa decisão. Os jogadores se trocavam rapidamente e deixavam o estádio, enquanto que os refletores do Morumbi eram apagados. Também os jogadores do Santos, tomando conhecimento da confirmação do erro por parte de Armando Marques, deixaram as comemorações, trocaram de roupa e começaram a se dirigir para o ônibus.
 Enquanto isso, havia o corre-corre de dirigentes; do Santos, da Portuguesa, da Federação. Osvaldo Teixeira Duarte, assessorado pelo diretor jurídico, recusava-se a mandar a equipe para campo novamente, defendendo a tese da realização de uma nova partida:

"O senhor Armando Marques teve uma grande atuação. Mas falhou no momento da cobrança de penalidades e, inclusive, reconheceu o seu erro. Agora, nós da Portuguesa vamos dar entrada de um recurso na Federação Paulista de Futebol, pedindo a anulação da partida, com o base no erro de direito do juiz. O regulamento manda que sejam cobradas cinco penalidades por equipe e ele foi desrespeitado. Não podemos aceitar uma solução que nos prejudique".

O presidente da Federação Paulista de Futebol, procurando contornar o problema, entendia que a solução deveria surgir hoje, quando de uma reunião com os dirigentes:
"Realmente, o senhor Armando Marques se equivocou. Agora precisamos encontrar a solução. Entendo que a partida terminou e que houve falha na cobrança de penalidades. Assim sendo, os penais restantes devem ser cobrados, em outra data. Mas para mim não existe possibilidade de anulação de partida, porque ela foi legal. A cobrança de pênaltis é parte extra e entendo que Pelé, Leo, Cabinho e Basílio devem cobrar os pênaltis que faltam".

Oto Glória evitava declarações bombásticas ("O meu trabalho foi cumprido e de meus jogadores também. Realmente houve irregularidades nas cobranças de pênaltis, mas isso é assunto para a diretoria."), enquanto que os jogadores também evitavam comentários, como Tatá:
Pepe o técnico do time do Santos Futebol Clube.
"Estou indo embora porque me mandaram trocar de roupa. Acho que não vai haver nenhuma cobrança. Só sei que amanhã (hoje) tenho que me apresentar no Canindé".Armando Marques, depois do contato com os dirigentes da Federação, permanecia nos vestiários, junto a Emilio Marques de Mesquita e José de Assis Aragão. O superintendente da FPF, Álvaro Paes Leme, também permanecia nos vestiários e o trio de arbitragem evitava entrevistas.

O público já estava longe do estádio, tentando encontrar melhor maneira de fugir do congestionamento. Alguns ainda comemoravam o titulo conquistado pelo Santos, não sabendo que nada ficara decidido. Os que levaram rádios portáteis acompanhavam o noticiário. O recorde de público e de renda provou o interesse pelo jogo e o congestionamento era esperado.

No Morumbi, a confusão continuava. Osvaldo Teixeira Duarte dava declarações rápidas, tentando encontrar o presidente Ermírio de Moraes, que por sua vez procurava o presidente da Portuguesa e o presidente do Santos. Este, também estava à procura dos outros dois ("Não sei o que irá acontecer. Prefiro antes me reunir com o presidente da Federação").

Armando continuava no seu vestiário, protegido por policiais. Mas não houve nenhuma manifestação hostil contra ele. Jornalistas recordavam de um caso semelhante ocorrido no Rio. Num jogo entre o Fluminense e o Vasco, o árbitro Carlos de Oliveira Monteiro cometeu erro de direito contra o Vasco, que perdeu o jogo. Houve o recurso, foi realizada nova partida, que o Fluminense venceu, ganhando o titulo. Américo Egidio Pereira, um dos vice-presidentes da Federação voltava ao vestiário de Armando Marques com uma nova fórmula:

Armando Marques e os dirigentes traçando o destino do Campeonato Paulista.
"A cobrança de penalidades devem voltar a campo para cobrar, cada uma, cinco penalidades".Mas Osvaldo Teixeira Duarte mantinha sua opinião:"Erro de direito, como dizem as leis da FIFA, anula o jogo. E esse erro de direito foi caracterizado. Como as penalidades, da mesma forma que a prorrogação, fazem parte do jogo, ele terá de ser anulado".

Pepe, tomando conhecimento do rumo dos acontecimentos, se mostrava contrário à idéia de novo jogo ("Se tiver que jogar de novo, não jogo"). No fim, os dois presidentes conseguiram se encontrar. E uma rápida reunião foi realizada. A Portuguesa concordou em não entrar com o recurso. O Santos aceitou dividir o titulo com o clube adversário. E a Federação proclamou ambos campeões, para evitar a ação do Tribunal de Justiça Desportiva que demandaria em muito tempo e por problemas originados pela ausência de datas disponíveis, caso fosse resolvido que novo jogo devesse ser realizado.

 FONTE DAS IMAGENS
Gazetapress
Revista Placar (Editora Abril)
O Estado de São Paulo
Blog do Milton Neves
Tardes no Pacaembu
Canal 100 (via Youtube)
Jornal doBrasil

 FONTE DOS TEXTOS
http://blog.maismemoria.net/
http://www.apitonacional.com.br/
Professor : Eudo Robson































Nenhum comentário:

Postar um comentário