O DIA QUE O GALINHO FALHOU !
NOS SEUS PÉS ESTAVA O PENALTI DA VITÓRIA, ELE PERDEU !
O time campeão posa para os fotógrafos.
Zanata passa por Geraldo e Luis Carlos que abre caminho.
O ano era o de 1976 e eu, estagiário da equipe de esportes do Jornal do Brasil, recebi como incumbência fazer uma reportagem com o então técnico rubro-negro Carlos Froner.
— Quero uma matéria que descreva todas as reações dele durante a final.
— Quero uma matéria que descreva todas as reações dele durante a final.
Cantareli segura a bola diante de Jaime ( atual auxiliar técnico ).
Minuto a minuto, lance a lance — orientou-me o editor João Máximo.
E, nervoso, lá fui eu para o Maracanã, em minha primeira grande decisão como jornalista.
Era um tremendo “foca”, é verdade (ainda cursava comunicação na PUC), mas já repórter! Para cumprir a pauta, resolvi assistir à partida no fosso dos fotógrafos, atrás do túnel rubro-negro e bem diante da antiga geral.
Marco Antônio vê Renê despachar a bola diante de Geraldo.
De lá, vi o gaúcho Froner esbravejar quando o zagueiro Rondinelli, infantilmente, desferiu uma cotovelada no rosto de Roberto (este mesmo, atual presidente do Vasco).
Marco Antônio foi um dos destaques da final.
Sem bola e dentro da área! Pênalti que o Dinamite transformou em gol com uma cobrança rasteira e certeira: 1 a 0.
Marco Antônio foi um dos destaques da final.
Sem bola e dentro da área! Pênalti que o Dinamite transformou em gol com uma cobrança rasteira e certeira: 1 a 0.
Penalti para o Vasco, Rondineli recebe o cartão amarelo.
A partir daí, o jogo foi um chorrilho de emoções — e de palavrões proferidos pelo treinador do Fla, que se lançou todo ao ataque mas não conseguia transpor a sólida muralha vascaína, armada pelo técnico cruzmaltino Paulo Emílio.
Tadeu Ricci observa Roberto Dinamite correr para a bola...
O segundo tempo já ia pela metade quando o talentosíssimo meio-campo Geraldo Assobiador arrancou pela direita e acertou um chutaço indefensável para o goleiro Mazaropi: 1 a 1 no placar. O empate levou para a prorrogação (sem gols) e os pênaltis.
... e jogar para dentro das redes de Cantareli, gol do Vasco.
E, como Carlos Froner resolveu entrar em campo para orientar os jogadores do seu time, antes das cobranças, acabei fazendo o mesmo. Lá, me deitei atrás da baliza na qual se decidiria o título, pois se ficasse em pé ou sentado, levaria pilha dos “geraldinos” na cuca.
Roberto sai para comemorar seu gol, observe a imagem e veja o número de torcedores que vibram. Detalhe: Estão debaixo da torcida do Flamengo. Hoje em dia isso seria impossível.
VASCO 1 X FLAMENGO 1
Local: Maracanã;
Juiz: Agomar Martins;
Renda: Cr$ 3 592 106,50;
Público: 133 444;
Data: 13 de junho de 1976
Gols: Roberto (pênalti) 6 do 1.° e Geraldo 22 do 2.°;
Cartão amarelo: Rondinelli, Toninho, Geraldo, Abel, Luisinho e Roberto
Vasco: Mazarópi, Gaúcho, Abel, Renê, Marco Antônio, Zé Mário, Zanata (Luís Augusto), Luís Fumanchu, Dé (Jair Pereira), Roberto e Luís Carlos
Flamengo: Cantarele, Toninho, Rondinelli, Jaime (Dequinha), Júnior, Tadeu. Geraldo, Caio (Edu), Luisinho, Zico e Zé Roberto
* Após a prorrogação de 30 minutos houve cobrança de pênaltis. O Vasco derrotou o Flamengo pela contagem de 5x4. Marcaram para o Vasco: Gaúcho, Luís Fumanchu, Zé Mário, Roberto e Luís Augusto; Abel perdeu. Marcaram para o Flamengo: Júnior, Zé Roberto, Tadeu e Toninho. Zico e Geraldo perderam
Roberto diante de Rondineli e Tadeu.
O primeiro chute foi de Júnior, 1 a 0 Fla. Aí, Abel, zagueiro do Vasco (e atual técnico) cobrou e Cantarele, o goleiro rubro-negro, espalmou! Em seguida, o pontaesquerda Zé Roberto aumentou a vantagem para 2 a 0; Gaúcho, o outro beque vascaíno, diminuiu; Tadeu, meio-campo da Gávea,
Renê e Rondineli diputam a bola no ar, Roberto acompanha.
fez 3 a 1; Fumanchu, ponta da Colina, 3 a 2; o lateral Toninho Baiano marcou o quarto e deu início à loucura no estádio, com mais de 120 mil torcedores.
Momento de tensão, este é o instante...
... em que Zanata se contunde. Apreensão no vasco !
Na cabeça de Zanata: 73 iria se repetir?
Punho erguido para a massa em vermelho e preto (que eu não via, por estar deitado de costas, mas ouvia), o Baiano puxou o coro de “é
Abel Braga ( hoje técnico do Flu ) paga a geral para sua defesa.
campeão!”, que ecoou forte e sem resposta. Do outro lado, à minha frente, a imensa torcida vascaína começava a deixar o Maracanã, em silêncio. Faltava uma cobrança. Mas bateria Zico...
Foi sob o ensurdecedor coro rubro-negro de vitória que o volante Zé Mário marcou, com raiva, o terceiro gol vascaíno.
Luis Carlos e Tadeu , disputa dura no meio.
E, já com imensos claros do lado direito das tribunas, o Galo chegou para selar a conquista do Fla... Pois sim. Seu chute saiu fraco, à direita de Mazaropi, que conseguiu defender. E o silêncio sepulcral mudou de lado, enquanto diante dos meus olhos, acontecia um fenômeno raro:
Luis Carlo e Geraldo se pegam, Zanata fica com a bola.
uma torcida inteira, a do Vasco, voltava correndo, pelos túneis de acesso à arquibancada, ressurgindo, enlouquecida no estádio.Roberto, então, bateu o quinto pênalti e empatou tudo em 4 a 4, forçando novas cobranças, alternadas — o primeiro que se colocasse em vantagem levava.
Geraldo, Marco Antônio, Zico, Abel e Renê, ataque e defesa.
Pelo Fla, aproximou-se, lentamente, Geraldo Assobiador, o autor do gol de empate e um dos melhores em campo naquela tarde/ noite. Meiões arriados até os tornozelos, o camisa oito deu um peteleco na bola, que Mazaropi segurou e ergueu, virando-se, triunfante, para a torcida rival.
Toninho, Zico e Dequinha descansam antes das cobranças de penaltis.
A decisão, entretanto, não terminara. Coube a Luís Augusto, obscuro lateral do Vasco, definir o título, com um chute do lado esquerdo de Cantarele — a bola entrou pererecando, a poucos centímetros de onde eu estava... Minha reportagem, porém, ainda não acabara.
Zico corre resoluto, e chuta no canto direito de Mazaropi que defende.
Faltava a entrevista de Froner no vestiário, que só foi aberto 45 minutos depois de acabada a decisão.
E aí, quem foi a primeira figura que vi, mal a porta se abriu? Geraldo Assobiador, fazendo jus ao apelido e assobiando, enquanto se enxugava, como se nada tivesse acontecido!
E aí, quem foi a primeira figura que vi, mal a porta se abriu? Geraldo Assobiador, fazendo jus ao apelido e assobiando, enquanto se enxugava, como se nada tivesse acontecido!
Luis Augusto cobra o penalti no canto esquerdo de Cantareli, gol do Vasco. Gol do título.
Ele era assim: genial e desligado... A poucos metros, Froner tentava explicar o inexplicável e Zico mostrava-se arrasado com a derrota.
FONTES DAS IMAGENS
Revista Placar ( Editora Abril )
Jornal dos Sports
Jornal do Brasil
Jornal do Brasil
Arquivo Atlântida ( foto imagens ), exibido no Canal Brasil, no programa " Mário Filho - Criador de Multidões "
FONTES DOS TEXTOS
Coluna de Renato Maurício Prado - O Globo
www.supervasco.com
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