quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O MILÉSIMO GOL DE PELÉ ( The thousandth goal of Pelé )

O PENALTI MAIS FOTOGRAFADO DO MUNDO

A busca de Pelé por seu milésimo gol tornou-se um grande evento do futebol brasileiro no segundo semestre de 1969
Era dia da bandeira, era um dia festivo, era o dia do miléssimo.
O grande marco individual da carreira do “Rei do Futebol” começou a atrair a imprensa em setembro e só foi acabar no dia 19 de novembro.            
Confira abaixo uma lista de curiosidades que marcaram o gol 1000: 
Contagem começa com goleada 
Pelé somava 989 gols em outubro quando o Santos enfrentou a Portuguesa. O “Rei” marcou nada menos que quatro vezes na goleada alvinegra por 6 a 2. 
Chegada ao 995 e tensão pré-gol 
No dia 22 de outubro, Pelé foi ao Paraná enfrentar o Coritiba pela Taça de Prata, torneio equivalente ao atual Campeonato Brasileiro. Marcou dois, chegou aos 995 gols e deu início a uma pressão incomum em sua carreira. Dono de uma média próxima a um gol por partida em toda a carreira (1284 em 1375 jogos), Pelé demoraria 28 dias para marcar cinco vezes. 
Equipe do Santos em 1969, no Maracanã, antes da histórica partida do milésimo gol de Pelé contra o Vasco. Em pé: Carlos Alberto Torres, Agnaldo, Ramos Delgado, Djalma Dias, Clodoaldo e Rildo. Agachados: Manoel Maria, Lima, Edu, Pelé, Abel e o massagista Macedo
A tensão criou expectativa extra-campo, já que os dirigentes adversários torciam pelo gol mil em suas cidades para que pudessem aproveitar a repercussão do feito.


Renê persegue Pelé , o Vasco não queria que...  
o rei fizesse o miléssimo naquela noite e para isso valia de ...
Pelé vira goleiro 
De pênalti, Pelé marcou o terceiro gol do Santos na vitória por 3 a 0 sobre o Botafogo-PB, fora de casa. Era o 999º de sua carreira, e a pressão para que o milésimo saísse era enorme.
...tudo até gol contra, bola na trave era comemorada.
A bola foi lançada para Pelé que vai sofrer o penalti...


... que o consagrarar defenitivamente como o "REI DO FUTEBOL."
O goleiro Andrada segura a bola , ele a jogaria...
... no chão inconformado com a marcação da penalidade.
O técnico Lula e o “Rei do Futebol”, no entanto, não gostavam da ideia de que o feito marcante saísse tão longe dos grandes centros.  
O árbrito Manuel Amaro de Lima aponta par a marca da cal.
Depois de ter feito as três substituições, o Santos viu seu goleiro Jairzão sofrer uma lesão misteriosa, que forçou a equipe paulista a improvisar um atleta de linha no gol. 
Andrada e Moacir tentam tirar a concentração de Pelé.
Satisfeito com a possibilidade de adiar a conquista, Pelé assumiu as luvas, sob protestos da torcida.
Fernando e Eberval reclamam da posição da bola, catimba.
Vaias para o zagueiro 
Contra o Bahia, no dia 16 de novembro, Pelé passou em branco. Vontade de marcar o milésimo na Fonte Nova, porém, não lhe faltou.
Pelé de costas para a bola, mais tarde confessou que ficou nervoso.
 O estádio quase entrou para a história quando o jogador do Santos tocou para o gol adversário.  
Pelé volta a sua atenção para bola, se concentra para o grande momento. 
VASCO DA GAMA (RJ) 1 x 2 SANTOS (SP)
Data
: 19/11/1969
Roberto Gomes Pedrosa ( Campeonato Nacional da época )
Local: Estádio Mário Filho ( Maracanã )
Árbitro: Manoel Amaro de Lima
Gols: Pelé (pênalti) e Renê (contra); Benetti
SANTOS: Aguinaldo; Carlos Alberto Torres, Ramos Delgado, Djalma Dias (Joel Camargo) e Rildo; Clodoaldo, Lima, Manoel Maria e Edu;Pelé (Jair Bala) e Abel.
VASCO DA GAMA: Andrada; Fidélis, Moacir, Fernando e Eberval; Bouglê, Renê, Acelino (Raimundinho) e Adílson; Benetti e Danilo Menezes (Silvinho).
O zagueiro Nildo, porém, conseguiu salvar o lance com um carrinho. Curiosamente, a torcida do Bahia não teve dúvidas, e vaiou o seu próprio jogador. 
Comigo não! 
Andrada, do Vasco, era um goleiro de qualidade reconhecida, e sabia que podia ser “escolhido” como alvo de Pelé na busca pelo milésimo gol. Ao contrário de muitos colegas, no entanto, o argentino queria fugir da marca. 
O camisa 1 vascaíno entendia que depois do feito dificilmente conseguiria convencer alguém de que era um bom goleiro. A preocupação mostrou-se infundada, já que sua carreira seguiu normalmente e ele até hoje é lembrado pelas qualidades técnicas.

O gringo não agüentava mais as sacanagens do Moacir e do Buglê, e à medida em que se aproximava o jogo contra o Santos pelo campeonato brasileiro (na época, chamado de Roberto Gomes Pedrosa), o coro que agourava a marcação do milésimo gol do Pelé em cima do Vasco engrossava. 

Na concentração, nas viagens e após os jogos do Peixe, sempre alguém chegava com um jornal para mostrar a evolução dos gols de Pelé.
Na verdade, esta “previsão” da boleirada não tinha respaldo.
 O Santos enfrentaria ao longo do campeonato e em confrontos amistosos, equipes teoricamente frágeis, e já chegaria no jogo contra o Vasco com a fatura liquidada. Era o que imaginávamos.Mas, o tempo foi passando, e com a proximidade de novembro, o goleiro argentino naturalizado brasileiro começou a ficar preocupado.

Pelé chegou à marca dos 999, num amistoso contra o Botafogo de João Pessoa, na Paraíba. Depois, jogou parte do segundo tempo substituindo o goleiro Agnaldo, que simulou uma providencial contusão, impedindo assim que novas oportunidades de gol surgissem. Palco pequeno, poucos holofotes...
O gol poderia ter acontecido contra o Bahia, no estádio da Fonte Nova, mas um carrinho milagroso de um zagueiro do tricolor de aço impediu que a marca histórica fosse alcançada na boa terra.Curiosamente, a providencial intervenção do jogador foi contemplada com uma estrepitosa vaia da sua torcida, que estava a fim de fazer a festa do Rei em Salvador.
No mesmo dia, jogamos em São Paulo. 
Perfilados, ouviram o hino nacional.
No banco de reservas, ficamos admirados ao ver o diretor Iraci Brandão disfarçar, embaixo dos braços, uma camisa branca do Vasco com o numero 1.000. Era mais um que torcia pelo milésimo acontecer naquela noite.O jogo teve início e desde cedo ficou visível a falta de colaboração dos jogadores vascaínos: primeiro Beneti, abrindo o placar na primeira etapa; e principalmente o goleiro Andrada, que pegou tudo e fez a maior defesa que eu já presenciei no Maracanã. Pelé limpou a jogada pelo lado direito da grande área do Vasco.
No avião da ponte aérea, Moacir falou pro Andrada:
“Eu não falei que você levaria o milésimo? Tu achas que ele ia perder a oportunidade de fazê-lo no Maracanã? Tá tudo arranjado, Milongueiro!”.
Curtimos uma folga e nos reapresentamos em São Januário na terça-feira, quando realizamos leves preparativos rotineiros para o embate de quarta-feira.
A contusão
A colina já estava às escuras quando Andrada, inexplicavelmente, caiu no gramado sentindo dores no tornozelo.Perplexidade total. Minha e dos demais colegas. Pensei: vai sobrar para mim esta encrenca.Na concentração da Lagoa, à noite, na ponta de uma longa mesa de jantar, os jogadores iniciaram as provocações pra cima do Andrada.

Toda hora alguém chamava o massagista Chico, pra renovar o gelo colocado no tornozelo do goleiro. Beneti insinuava que ele estava pipocando.Adilson ia mais longe:
“Hei, gringo! Tá com medo? Não tem problema: o Valdir joga, já entrou pra história mesmo com aquele gol contra. Este não vai fazer diferença!”.
O jogo
Quarta-feira à noite, nos vestiários do Maracanã, Andrada submeteu-se a um teste, supervisionado pelo doutor Arnaldo Santiago. Era evidente o seu nervosismo.Falou mais alto o profissionalismo; ele decidiu jogar. E como jogou! O clima no maior estádio do mundo era de festa: quase 70 mil pagantes, devia ter uns 30 mil a mais, entre autoridades e caronas.
Os dois times entraram em campo lado a lado, liderados pelos seus capitães, empunhando a bandeira brasileira.
 Andrada deu dois passos à frente, posicionando-se para defender um possível chute forte. O gênio meteu uma curva de fora para dentro, com o lado externo da chuteira, em direção ao ângulo superior direito da meta do arqueiro. Com um salto fantástico, Andrada saiu do solo para espalmar de mão trocada a bola que parecia inapelável.
No segundo tempo, o zagueiro René, para impedir o gol de Pelé, não teve dúvidas: antecipou-se ao atacante e fez contra (e de cabeça!) o gol de empate do Santos. Aqui não!
Jogo que segue.
O pênalti
O Vasco pressionou e o árbitro deixou de marcar um pênalti a nosso favor, gerando protestos de todo o time. 
Manoel Amaro mandou seguir a jogada e, no contra ataque, não titubeou em marcar uma penalidade máxima aos 32 minutos, extremamente duvidosa, de Fernando em Pelé.Afinal, o pernambucano Manoel Amaro também estava louquinho para entrar para a historia e se imortalizar, às custas do Rei.Bola na marca fatal. 
 O público emudeceu.
Os jogadores do Santos se posicionaram no centro do gramado.
Pelé deu apenas três passos... e fuzilou, com perfeição, o arco do Andrada, que saltou como um felino para o canto esquerdo e passou roçando os dedos da luva na bola, que foi se aninhar no fundo do barbante, da baliza à esquerda da tribuna de honra do Maracanã. 
Seus punhos socaram o chão, inconformado por levar o gol que o colocaria para sempre na história do futebol mundial.Logo ele, cujo maior desejo era entrar para o hall da fama como o melhor goleiro a vestir a camisa número 1 vascaína.
Pelé buscou a bola no fundo do arco e a beijou.O jogo parou. O gramado foi invadido por uma legião de repórteres. Pelé dedicou seu gol às criancinhas, e foi carregado nos ombros dos companheiros. 
Chico vestiu a camisa do Vasco em Pelé que, com ela, deu a volta olímpica no gramado do Maracanã.Após uma longa pausa para as comemorações, o jogo chegou ao final com poucas emoções. Aliás, tivéramos muitas para apenas uma noite.
Conseqüências
Assim, naquela quarta feira, entraram para a história: o milésimo gol de Pelé; e Andrada, que ganhou o título de O Arqueiro do Rei.O atacante Acilino, do Vasco, mesmo derrotado, comemorou o seu aniversário. 
O Dia da Bandeira passou em branco.
 E poucos deram importância a Apollo 12, que (dizem!) pousou no Mar das Tempestades, quando mais dois americanos (Paul e Ringo, quem sabe?) pisaram o solo lunar.
O árbitro Manoel Amaro declarou que já podia encerrar a carreira porque apitara o jogo mais importante do Século XX.Chico conseguiu uma das três bolas usadas no jogo (a do milésimo gol, Pelé guardou!) e uma camisa 10 do Santos dadas pelo Rei, devidamente autografadas.
Hoje, o próprio Pelé ignora onde foi parar a 
camisa 10 do Vasco com o numero 1.000
Pelé sai de campo com uma camisa do Vasco,
 para entrada de Jair Bala.O repórter Deni Meneses com o microfone.
O locutor da rádio Globo , Waldir Amaral narrou o milésimo gol de Pelé.
O Jornal O DIA estampa a manchete no dia seguinte.
Ingresso para as cadeiras especiais no dia do jogo.

FONTES  DAS  IMAGENS

 Agência Estado
prof-guilherme.capesp.org
Revista Placar ( Editora Abril )
pefutebol.com
criativodegalochas.com
abril.com.br
supervasco.com
placar.abril.com.br    
paniscumovum.blogspot.com
jecmania.blogspot.com
blogs.estadao.com.br
miltonneves.wwi.com.br
lfernandesoliv.blogspot.com
globoesporte.globo.com
GENet
Foto imagens do filme Pelé o Eterno.

FONTES DOS TEXTOS

ABRIL.COM
WWW.SUPERVASCO.COM
SOSUMULAS.NET

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